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Carro da china? Porque não



  Engraçado como as coisas funcionam, os consumidores brasileiros ávidos por novidades sempre reclamaram sobre os carros brasileiros custarem caro e oferecerem pouco em termos de conforto, segurança e opcionais. Aliás, os opcionais sempre foram uma estratégia utilizada pelas montadoras nacionalizadas (FORD, FIAT, GM e VW), para a venda de produtos iguais em linha, mas diferentes em série e níveis de “conforto”.


  Isso sempre caracterizou-se como uma estratégia de mercado, em que o marketing e é levado à máxima da segmentação de mercado, onde um mesmo veículo pode atender a vários segmentos, observando políticas de segmentação por preços, modelo, seriação, e estilo. Basta lembrarmos de um caso típico e recente que remete ao FIAT 500 (Cinquecento), que começou sua jornada após renascimento no Brasil, importado da Polônia e custando cerca de R$65.000,00.


  Em um primeiro momento o FIAT 500, caracterizou-se como um veículo de nicho, premium, e que atendia a demanda de consumidores bem específicos, como executivas, mulheres realizadas profissionalmente na faixa dos quarenta anos, e esposas que recebiam um “mimo” de seus maridos bem sucedidos.


  No entanto a grande FIAT, observou que no segmento em que tinha interesse de concorrer com Audi A1 e BWM Mini-Cooper, o FIAT 500, perdia fôlego e não conseguia vendas com grande alavancagem, mesmo sendo um carro premium com apelo de design.


  A solução adotada foi passar a produzir o veículo na planta mexicana da empresa e trazê-lo ao Brasil ainda importado dentro da quota de importação do Pacto Mercosul, que garantia redução dos impostos e consequentemente, redução no preço do modelo. Com isso a FIAT, reposicionou o produto, mantendo uma versão premium com apelo esportivo na casa dos R$60.000,00, e oferecendo versões mais “populares” que equipadas com o mesmo motor do FIAT Novo UNO, partem de R$39.990,00.


Isso não significa que todos possam e queiram comprar um FIAT 500, porém o reposicionamento garantiu ao menos seis versões do mesmo carro, que agora atendem a demanda desde o “jovem descolado em ascensão profissional”, ao “executivo bem sucedido que deseja um carro pequeno, econômico e esportivo”.


  Essa condição peculiar coloca o consumidor em certa medida refém da estratégia da indústria, pois se você comprar hoje no Brasil qualquer carro “popular”, o seu primeiro carro, você não desfrutará de conforto e dos opcionais que serão oferecidos em veículos de maior valor, mesmo que estejamos falando do mesmo veículo em uma linha diferente. Para entendermos é só pensarmos que qualquer um hoje pode adquirir um VW GOL G5, por R$29.990,00, sem mimos ou opcionais e com motor 1.0 litro, enquanto o mesmo carro completaçosaíra por meros R$54.990,00 com um motor de 1.6 litro, diga-se de passagem, o mesmo motor de uma outra versão na casa dos R$31 mil.


  Justamente nesse contexto, surgiram os carros chineses com a promessa de não enganarem os consumidores, oferecendo um carro completo por um preço que seria justo, o famoso carro completaço. A maior expoente dessa fase foi a montadora chinesa JAC Motors, que no Brasil é capitaneada por Sérgio Habib, e que quando iniciou suas atividades, adotou o apresentador Fausto Silva como garoto propaganda.


  Mas nem só de JAC vive o mercado brasileiro de automóveis chineses, pois temos outras empresas instaladas no Brasil, a Chery Hong-Kong, a Lifan Motors, o Grupo Effa Motors, e a Geely Motors. Todas estas empresas tem em seu mote publicitário o fato de que oferecem veículos de série, em linhas únicas de produtos, com o que é chamado de pacote completo de opcionais.


  Estas empresas causaram um movimento no mercado, pois mesmo com a desconfiança do consumidor, muitas delas conseguiram arrebatar consumidores justamente pela ausência de carros completos em faixas de preços na casa dos R$20 e R$30 mil pelas outras montadoras.


  O tempo passou e mesmo hoje ainda existem dúvidas na mente dos consumidores sobre a certeza de compra acerca destes veículos, pois muitos que compraram os veículos reclamaram e reclamam até hoje acerca de garantias, reposição de peças, assistência técnica e mesmo durabilidade dos componentes.

  Como estas empresas não possuem fábricas no Brasil e trazem os veículos desmontados para apenas passarem pelo processo de construção no regime CKD (CompletlyKnock-Down), a solução em particular da JAC Motors e da Chery, foi investir em uma grande rede de assistência autorizada da própria marca, procurando garantir aos consumidores que ao comprarem um carro, estes não ficariam sem suporte ou atenção em caso de problemas.


  Mais ainda, a JAC Motors montou um sistema de distribuição de peças através de um centro de distribuição que procura atender a todo o Brasil de maneira ágil e confiável. Assistam ao vídeo abaixo para um maior entendimento.

  Somente o tempo dirá se a confiança dos consumidores aumentará acerca dos veículos chineses, mas assim como aconteceu com montadoras sul coreanas, é esperado que não apenas mude a percepção dos consumidores, como também a qualidade dos automóveis, em particular a partir de 2014, quanto Chery e JAC Motors iniciarem a produção local nas unidades produtivas em construção no Brasil.
Autor: Prof. Ivan Ferreira de Campos.

  A atividade relacionada deverá ser resolvida de acordo com as informações abaixo descritas em cada desafio relacionado às disciplinas trabalhadas nesse semestre. Cada professor apresentará a proposta de sua área temática, sendo que o texto base serve

apenas para nortear os questionamentos ou desafios apresentados.
PRIMEIRO DESAFIO: DECISÕES DE PRODUTO E COMUNICAÇÃO

  1) A respeito do artigo apresentado e de acordo com o conteúdo da disciplina, qual a sua opinião a respeito das estratégias de produtos dos carros da JAC Motors? E como as empresas brasileiras reagiram e se prepararam diante da nova concorrência? Como a confiança na marca afeta as escolha do consumidor nesse tipo de segmento e qual a sua importância.

  Eles usaram uma estratégia de marketing agressivo, usando e abusando de comercias nas mais diversas mídias, mesmo porque, tínhamos reticências quanto á durabilidades dos carros chineses.
As empresas brasileiras logo correram atrás, o que foi bom para o consumidor, lançaram diversos modelos diferentes daqueles que tínhamos a disposição, que diga-se de passagem eram os mesmos e quase sem atrativos, praticamente só o motor e a lataria.
A confiança dos carros brasileiros todos conhecemos, e os carros chineses ainda carecem disso, eles ainda apresentam defeitos toscos, principalmente no que se diz quanto ao acabamento, com parafusos aparentes e plásticos muito ruim ao toque, mas por outro lado, oferecem a garantia mais longa do mercado, até 6 anos, o que é uma boa para tentar se posicionar no mercado.

  2) “Isso sempre caracterizou-se como uma estratégia de mercado, em que o marketing é levado à máxima da segmentação de mercado,

onde um mesmo veículo pode atender a vários segmentos, observando políticas de segmentação por preços, modelo, seriação, e estilo”. Com certeza, para que essas estratégias fossem montadas, equipes inteiras foram mobilizadas. Nas nossas aulas, falamos das atribuições de um Gerente de Produtos, ou daquele responsável por direcionar as ações dos principais produtos da empresa, o que os responsáveis pelas empresas chinesas fizeram muito bem. Das atribuições estudadas nas aulas, cite pelos menos 03 delas que vocês julguem serem as mais importantes.

1° Coordenar as atividades de marketing relacionadas com o produto
2° Recomendar a retirada de produtos do mercado
3° Elaborar o plano atual de marketing da linha de produtos

3) “Justamente nesse contexto, surgiram os carros chineses com a promessa de não enganarem os consumidores, oferecendo um carro completo por um preço que seria justo, o famoso carro completaço. A maior expoente dessa fase foi a montadora chinesa JAC Motors, que no Brasil é capitaneada por Sérgio Habib, e que quando iniciou suas atividades, adotou o apresentador Fausto Silva como garoto propaganda.” Vimos em nossas aulas, que para que consigamos diferenciação na prestação de serviços temos que focar em 03 itens: oferta (primária e secundária), entrega e imagem. Defina cada uma e diga em qual delas as empresas chinesas, claramente, focaram mais fortemente?


  Quanto a oferta,

não tem concorrência, os chineses oferecem preço de carro popular sem equipamentos, num carro completo e com garantia satisfatória.


  Entrega pelo que vi, é sempre no ato da compra, mas ainda não tem uma forte rede de concessionários.
Imagem, os chineses focaram em design e ainda tentando desvincular o nome “Xing Ling”, que soa como uma coisa de baixa qualidade.


  Eles focaram principalmente na questão do preço, entrando num mercado que carecia de carros completos com preço mais baixo, tentando atingir a classe B e C

   SEGUNDO DESAFIO: LOGÍSTICA E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

  Considerando o texto e o comportamento do consumidor, sabemos que ninguém gostaria de comprar um veículo e depois ao primeiro problema, ficar sem o devido atendimento. Também é possível observar o esforço de montadoras como a JAC e a CHERY, no sentido de oferecerem uma ampliada rede de assistência e uma rede de distribuição que procura garantir aos clientes as peças necessárias para as revisões e mesmo para reparos em tempos cada vez menores.


  Nesse sentido, analisando o texto e o contexto de nosso mercado, apresentamos os questionamentos abaixo, lembrando que a resolução deve embasar-se nos conteúdos disponíveis nas referências digitais e nos demais conteúdos a disposição na Biblioteca Digital.

1) Realizem uma pesquisa acerca dos conceitos relacionados à Logística, definindo o que é e como ela aplica-se à indústria

automotiva.

  Logística: Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.


  Se analisarmos o “produto” das atividades de atuação no setor da logística automotiva iremos observar que muito mais do que cumprir o chavão “a peça certa, na hora certa, no lugar certo” os “players” deste segmento tem recebido cada vez mais novas especificações tais como: na seqüência correta..., na cor exigida..., na posição correta de montagem..., na qualidade especificada..., no kit especificado..., na pré montagem exigida.... e por aí vai. As exigências vêm num crescendo constante estando intimamente ligadas ao produto, a sua filosofia de produção e a cultura do fabricante.

2) Pesquisem sobre o que é um Centro de Distribuição, apontem suas características básicas e sua importância no atendimento ao consumidor.

  Centro de Distribuição (CD) é um armazém cuja missão é realizar a gestão dos estoques de produtos na distribuição física e cujas atividades englobam manuseio, armazenagem e administração de produtos e informações e, em alguns casos, colocação de embalagem e rótulos, processamento de pedidos e emissão de nota

fiscal.


  Estar localizado de uma forma a atender locais específicos de distribuição de produtos, sendo eficiente e flexível, para dar uma resposta rápida ao clientes.

3) Pesquisem acerca de um caso similar ao apresentando no texto, podendo ser sobre o caso de uma outra montadora dentre as citadas. Vocês deverão apontar se esta montadora chinesa que pesquisarão e que NÃO PODE SER A JAC MOTORS, possui um centro de distribuição, ou solução que garanta sua rede de assistência e atendimento ao cliente.


  A CEVA Logistics assinou um contrato de dois anos com a Chery Brasil para desembaraço aduaneiro e ex-tarifário (redução temporária da alíquota do imposto de importação de produtos).

  Os elementos-chave desta parceria incluem o benefício fiscal ex-tarifário e serviços de desembaraço aduaneiro para Chery Brasil na fábrica localizada em Jacareí, no interior de São Paulo.

  A Chery é a primeira montadora chinesa a investir na construção de uma fábrica no Brasil. A planta produtiva deve começar a operar no final de 2013 e a capacidade de produção anual será de 150 mil unidades.

  “A parceria nos dá a oportunidade de oferecer nossas soluções de ponta a ponta, as quais certamente irão agregar valor às atividades da companhia como um fabricante de veículos no mercado brasileiro”, declara Fabio Maia, Gerente de Vendas da CEVA.

     TERCEIRO DESAFIO: FORMAÇÃO DE PREÇOS EM MARKETING

  Vamos analisar em

particular algumas partes do texto:
”... o reposicionamento garantiu ao menos seis versões do mesmo carro, que agora atendem a demanda desde o “jovem descolado em ascensão profissional”, ao ...“


“... Essa condição peculiar coloca o consumidor em certa medida refém da estratégia da indústria, pois se você comprar hoje no Brasil qualquer carro “popular”, o seu primeiro carro, você não desfrutará de conforto e dos opcionais que serão oferecidos em veículos de maior valor, mesmo que estejamos falando do mesmo veículo em uma linha diferente.”


“ Para entendermos é só pensarmos que qualquer um hoje pode adquirir um VW GOL G5, por R$29.990,00, sem mimos ou opcionais e com motor 1.0 litro, enquanto o mesmo carro completaço saíra por meros R$54.990,00 com um motor de 1.6 litro, diga-se de passagem, o mesmo motor de uma outra versão na casa dos R$31 mil.”


“Justamente nesse contexto, surgiram os carros chineses com a promessa de não enganarem os consumidores, oferecendo um carro completo por um preço que seria justo, o famoso carro completaço.”
“... Todas estas empresas tem em seu mote publicitário o fato de que oferecem veículos de série, em linhas únicas de produtos, com o que é chamado de pacote completo de opcionais.”

Diante do que acabou de ler, responda:

1) Conforme visto em tele aula, qual o tipo de precificação foi adotada pela JAC Motors? Fale sobre este tipo de precificação (suas

principais características, vantagens). 

Penetração: com o objetivo da comercialização de produtos e serviços que vão entrar ou reentrar no mercado, com a intenção de chamar a atenção dos consumidores, durante um determinado tempo.

2) Se fosse para utilizar outro tipo de precificação, levando em consideração que é uma empresa de “fora”, com alguns pontos negativos em relação à montadoras brasileiras, qual outro tipo de precificação você utilizaria e por quê? 


Perseguição: tem por função disponibilizar produtos e serviços, através de preços que persigam constantemente o preço mais baixo praticado pelos concorrentes, em um determinado segmento de mercador.



3. CONCLUSÃO



  Para ser grande, precisamos primeiro entrar no mercado, como pequenos. As empresas chinesas entendem isso e fazem o que se esperava das empresas brasileiras. Que eram cheias de si e vendiam aquilo que queriam ao preço que achavam mais lucrativo, não á toa tinham o faturamento mais alto do mundo. As empresas chinesas importam seus carros e mesmo assim conseguem vende-los com preço abaixo do praticado no mercado nacional.
A parte boa foi que com isso, nossos carros melhoraram, mas ainda continuam sendo muito caro se comparado a outros mercados.

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